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COMO ESCOLHER OS ATIVOS
DA CARTEIRA DE AÇÕES
Como escolho os papéis que irão compor a carteira? Dentre a grande quantidade de ativos acompanhados, como selecionar aqueles com os quais irei realmente trabalhar?
A resposta é simples: escolhendo os ativos com melhor ranqueamento. O ranqueamento dá ordem aos papéis, deixando claro qual são os mais atrativos.
E como é definido o ranqueamento dos ativos? Todo ranqueamento é montado a partir de um método, e de antemão já dizemos que qualquer método apresentado para ranqueamento está longe de ser unanimidade. O método que adotamos é explicado abaixo, e leva em conta a lucratividade e o risco implícito do ativo. Antes de seguir, porém, informo que para a seqüência do texto fazer sentido para o leitor, este deverá estar familiarizado com os conceitos de Índice de Acerto (WR), Índice de Retorno (PR) e Drawdown (DD). Estes conceitos já foram explicados em posts anteriores de Money Management, e merecem ser relidos para uma melhor fixação do que vem a seguir.
O método de ranqueamento procura atender a duas premissas. A primeira delas é que a minha escolha deve ser apoiada em informações estatísticas sobre a performance do ativo. A segunda é que deve ser buscado um equilíbrio entre lucratividade e nível de risco.
A premissa número 1 vem do fato de trabalharmos com sistemas de operação, e nos leva então a levantar dados objetivos sobre cada ativo. Estes dados são o Índice de Acerto (WR), Índice de Retorno (PR), Drawdown (DD) e o Índice de Lucratividade (PI).
Os três primeiros já são conhecidos. O Índice de Lucratividade, ou Profitability Index, é dado em função do Índice de Acerto (WR) e Índice de Retorno (PR) do ativo, sendo calculado da seguinte forma:
PI = [ WR/(1 - WR) ] * PR
Com o PI em mãos, podemos comparar diferentes ativos, e ver claramente qual é o mais lucrativo historicamente falando.
A premissa número 2 vem do fato que se você não estiver confortável com os riscos assumidos dificilmente conseguirá levar as operações até o ponto de estope pré-estabelecido. Daí buscarmos equilibrar a balança entre lucratividade e risco. Isso é materializado na fórmula de pontuação do ativo, que é dada por:
Pontuação do Ativo = (1 - DD) * PI
Notem que utilizamos o DD para "penalizar" o Índice de Lucratividade do ativo. Assim, um ativo de menor lucratividade, mas com um menor drawdown pode ser mais atrativo do que outro com maior lucratividade, porém com maior drawdown. A pontuação procura gerar um equilíbrio entre lucratividade e risco implícito.
Assim montamos o nosso ranqueamento, e daí escolhemos conscientemente os ativos para compor a carteira. No próximo post de Money Management iremos explicar maneiras de então determinar o percentual de capital destinado a cada um dos ativos da carteira.
Continuando com o processo de montagem de uma carteira, já devemos saber a esse ponto qual é o nosso perfil de investidor e qual será o perfil da nossa carteira, com os percentuais de distribuição de capital entre Blue Chips, Small Caps e Boom Caps também já determinado.
Os próximos passos residem em determinar qual será o capital inicial a ser investido na carteira, e daí determinar o número de papéis a serem operados.
Por que uma coisa está relacionada com a outra? Por que quanto menor for o capital, pior será o efeito de uma diversificação. Dessa maneira, adotamos a seguinte regra para determinar o número total de papéis operados:
Até 10.000,00: Operar apenas um ativo.
De 10.000,00 a 25.000,00: Operar até dois ativos.
De 25.000,00 a 50.000,00: Operar até três ativos.
De 50.000,00 a 200.000,00: Operar até cinco ativos.
De 200.000,00 a 500.000,00: Operar até sete ativos.
Acima de 500.000,00: Operar até 10 ativos.
Não é obrigatório trabalhar com apenas uma carteira. Trabalhando com essa regra, você pode montar uma ou mais carteiras. No caso de você ter mais de uma carteira ativa é FUNDAMENTAL que cada uma seja administrada de forma individual, sem comunicação de recursos entre elas. O próximo passo para a montagem da carteira é a escolha dos papéis.
MONTANDO UMA CARTEIRA DE AÇÕES
Para uma carteira de ações ter a chance de ser bem-sucedida, esta tem que "casar" com a personalidade do investidor. Não há a menor chance de sucesso para um investidor conservador com uma carteira agressiva, ou para um investidor agressivo com uma carteira conservadora. Nessas situações os ritmos são diferentes, e não há como haver harmonia.
Então, o primeiro passo reside em autoconhecimento. Defina-se entre conservador, moderado, arrojado ou agressivo, pois essas são as classificamos que trabalhamos ao buscar a definição de uma carteira.
O segundo passo reside na classificação dos ativos a partir dos quais iremos selecionar os papéis que irão compor a carteira. Trabalhamos com as seguintes classificações: Blue Chips, Small Caps e Boom Caps. Resumidamente falando, as Blue Chips são as grandes, valiosas e consolidadas empresas do mercado, as Small Caps são as empresas sólidas e promissoras do mercado e as Boom Caps são empresas que por sua natureza ou situação trazem um real potencial de mudança de patamar no mercado empresarial.
Com os dois conceitos mostrados acima, podemos então partir para o terceiro passo, que é determinar a distribuição percentual de capital em função da natureza de cada uma das carteiras acima citadas. Para isso, adotamos a seguinte classificação:
Claro que a classificação acima não é regra. Você pode criar uma variação mais adequada ao seu perfil. O importante é saber que essa distribuição de capital tem que ser definida, e isso antes mesmo de escolher os papéis que irão compor a carteira. Ao longo do gerenciamento de uma carteira, o capital disponível será por vezes rebalanceado, sempre atendendo ao critério definido nesta etapa.
MONTANDO MINHA CARTEIRA DE AÇÕES
Mesmo tendo bastante conhecimento sobre o funcionamento do mercado, metodologias, money management e controle emocional, há um momento especial que deve ter toda a sua atenção: a montagem de sua carteira.
Montar uma carteira é, em suma, escolher os ativos que você irá operar e balancear o capital disponível entre estes ativos. Para aqueles que operam com métodos de curto e curtíssimo prazo isso nem é tão crucial assim, uma vez que as operações são abertas e encerradas em um curto espaço de tempo, e com isso você tem sempre espaço para corrigir uma má escolha. Mas para quem opera por Trend Following não é bem assim.
As operações de Trend Following não têm duração pré-definida. Além, você pode experimentar alguns revezes em seqüência até entrar em um "Home Run". Daí que a escolha dos papéis da sua carteira irá ter um papel fundamental nos seus resultados de médio e longo prazo. E para isso você precisa ter acesso ao comportamento histórico do ativo sob diversos aspectos (rentabilidade, drawdown, liquidez, etc.) e ter em mãos algumas premissas para orientar este trabalho.