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QUANTO DE CAPITAL DEVO

ALOCAR EM UMA OPERAÇÃO?

 

 

Money Management pode ser definido como sendo um conjunto de regras que irá determinar, em última instância, quanto do seu capital irá ser alocado em determinada operação. Constiui-se assim em um dos pontos mais importantes para a construção de um sistema de operação eficiente e vencedor.

 

No nosso sistema de operação já temos a metodologia definida (Trend Following), setup de rastreamento de tendência eficiente (Hilo-Tranquilo-Suavizado), aspectos comportamentais bem trabalhados, rotina de análise/identificação de operações estabelecida e definição clara dos pontos de entrada e saída de uma operação. Resta-nos explicar o método que irá determinar qual é a parte do capital que deve ser alocado em uma operação.

 

A definição de quanto do capital pode ser aplicado em uma operação busca o equilíbrio entre risco e lucratividade, e faz isso em função de informações objetivas.

 

Para isso, de início precisamos conhecer alguns conceitos básicos e necessários para a utilização das fórmulas de Money Management. São eles:

 

Índice de Acerto (Win Ratio): indica o percentual de sucesso do seu sistema de operação, entendendo por sucesso toda operação que não tenha resultado em prejuízo.

 

Índice de Retorno (Payoff Ratio): traduz a rentabilidade do seu sistema de operação.

 

Parcela de Capital em Risco: indica a parte do seu capital que estará exposta em cada operação, isto é, a parte que pode ser perdida caso a operação não seja bem-sucedida.

 

Risco de Quebra (Risk of Ruin): informa qual é o risco de perda total (perder todo o capital disponível) que você está correndo ao realizar continuamente operações balizadas pelo conjunto [Índice de Acerto / Índice de Retorno / Parcela em Risco].

 

Esses conceitos serão abordados individualmente nas próximas páginas, e são fundamentais para um correto entendimento e aplicação do método de Money Management adotado. Dê toda atenção a essa série, pois ela é vital para o seu sucesso no mercado.

 

Já que ultimamente estamos falando de algumas questões comportamentais do trader, devemos saber que o tamanho de uma posição influencia, e muito, na sua capacidade de seguir adiante com um plano pré-estabelecido.

 

Previamente à abertura de uma posição, nós acabamos por utilizar dois grupos de conhecimento: Setup e Money Management. O primeiro grupo nos permite identificar a tendência, ponto de stop e critérios de entrada/saída. O segundo grupo nos permite definir o montante de capital que será alocado nessa operação.

 

Mesmo que a primeira parte da operação tenha sido feita de acordo com o seu sistema, se você for emocional ao definir o valor da operação estará então dando meio passo para o abismo. Há um ditado no mercado que diz que não adianta estar certo cedo demais, e o tamanho da sua operação tem que te permitir ficar confortável (psicológica e financeiramente) durante todo o desenrolar do processo.

Se há um ponto de stop possível, você tem que visualizar o quanto de capital poderá perder nessa operação... e se sentir confortável quanto a isso. Só assim evitará de "estar certo cedo demais", e encerrar no prejuízo uma operação que tinha tudo para ser lucrativa.

 

 

VAMOS DIVERSIFICAR?

 

Quantas vezes já escutamos esse conselho? Esta deve ser a recomendação mais citada no mundo dos investimentos. Invista um pouquinho aqui, um pouquinho ali, um pouquinho acolá, e então você ficará protegido contra... ficar rico.

 

Isso mesmo: diversificar apenas irá evitar que você obtenha retornos significativos para a sua carteira. Diversificar não te protege de perdas significativas, apenas evita que você obtenha lucros significativos. O que te protege de perdas é a existência de critérios de entrada, critérios de saída e manejo de risco.

 

Querer dividir o seu capital em 10, 15, 20 ativos só irá exigir mais tempo para acompanhamento da sua carteira. E quando um destes ativos subir 50%, 100%, sua carteira irá se valorizar 5% ou menos. Isso se não houver em sua carteira alguma "maçã podre", que irá sugar boa parte do lucro obtido com as "maçãs boas".

 

Uma boa carteira não precisa de mais do que cinco ou seis ativos. Estude bem o histórico dos papéis, identifique as suas potencialidades e então monte a sua carteira. Não precisa dividir o seu capital em dezenas de cestas. Divida em poucas cestas e tome conta delas. Em outras palavras: Saiba o que está fazendo... com propriedade.

 

 

QUE VALOR TEM O SEU CAPITAL?
 

Falando especificamente sobre o papel do capital no mercado, é óbvio que ele é a sua ferramenta de trabalho. Sem capital, não há como ocorrer o milagre da multiplicação. Sendo assim, é mandatório garantirmos o seu melhor uso.

 

Mas qual valor tem o seu capital? Ou melhor, qual valor você dá ao seu capital? Você tem consciência de que sem ele você não existe no mercado? Você está ciente de que sendo arrojado demais uma hora você irá passar dos limites? Você sabe que sendo muito conservador o seu rendimento será pífio?

 

Como se vê, a questão de saber quando comprar, quando vender é só uma parte do ofício do trader.

 

Uma outra parte igualmente importante é ter um sistema de Money Management.

 

Um sistema de Money Management deve, no mínimo, ter bem definido as seguintes questões:

 

- Risco máximo permitido por operação: indica qual é a porcentagem do seu capital que você pode perder em uma única operação.

 

- Valor inicial mínimo e máximo de uma operação: evita que você abra operações muito pequenas ou muito grandes. Operações muito pequenas não têm como produzir aumentos significativos em seu capital, enquanto que operações muito grandes aumentam a sua exposição ao risco e podem comprometer o seu equilíbrio emocional.

 

- Risco máximo permitido para a carteira de capital: indica qual é a porcentagem total do seu capital que você pode perder caso todas as suas operações abertas dêem errado.

 

A partir desses pontos básicos, você será capaz de determinar o quanto comprar/vender quando o seu sistema de trade sinalizar a abertura de uma operação.

 

Observe que o ponto desse post não é falar qual é o sistema de manejo de risco que você deve utilizar, mas sim chamar a atenção para a importância de estudar e evoluir sobre esse tema. Não há como ser displicente a esse respeito. Leia, pesquise, discuta até chegar à forma de manejo que mais se adéqua a sua personalidade, lembrando sempre de fugir dos extremos: não seja muito conservador e nem muito arrojado. Encontre um equilíbrio.

 

Cuide bem do seu capital, afinal de contas queremos que você fique no mercado de ações por muito tempo, certo?

 

 

DRAWDOWN

 

Quem lida com investimentos em ações está lidando com um mercado de renda variável. Se é variável, então é variável, ora. Agora qual é o seu conceito de variável?

 

No início podemos nos iludir achando que o "variável" será: em um mês meu capital aumenta em 2%, em outro 5%, depois aumenta em 3%%... coisa boa essa renda variável, não é?

 

Mas sabemos que não é assim. Junto com o conceito de variável a primeira idéia que deve vir é a de que você terá ganhos e perdas. E aqui apresentamos o conceito de "Drawdown":

 

"Drawdown pode ser entendido como o recuo que a sua carteira ou ativo irá experimentar a partir de um determinado ponto. Drawdown máximo é então o máximo recuo experimentado pela carteira ou ativo a partir de um topo de valorização."

 

O Drawdown é medido em percentual, a fim de possibilitar comparações em diferentes momentos de evolução do capital.

 

Saber o "Drawdown" de um setup na operação de um ativo é muito importante para, dentre outras coisas, definir se você tem "estômago" para operar este ativo. Você teria equilíbrio emocional para operar um ativo através de um setup que tivesse DD (Drawdown) de 50%? Em outras palavras, você teria controle emocional para operar um ativo que pode proporcionar recuos de 50% no valor da sua carteira?

 

Sabendo dessa informação, você pode tanto optar por não operar este ativo, como optar por operá-lo com um capital menor. Mas é fundamental que você saiba essa informação, bem como saiba o que ela quer dizer.

 

Esse conceito de "Drawdown" vem complementar as questões de Índice de Acerto e Índice de Retorno que já abordamos anteriormente em Money Management. Essas três informações nos auxiliam a escolher os ativos que iremos operar e a definir o montante de capital para operar cada ativo.